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Minha fuga com Elena Ferrante

  • Jessica Marzo
  • 10 de mar. de 2021
  • 1 min de leitura

Atualizado: 11 de mar. de 2021

Certa vez ouvi num seminário, ou li de algum escritor, que precisamos da literatura para inventar uma nova realidade. Cansada do Brasil de 2020, comecei o ano de 2021 num bairro pobre da Itália de 1950. Lá ainda não chegou o coronavírus. E lá tenho me sentido segura apesar da feiura do bairro. Lá tenho me sentido abraçada por Lila e Lenu, que diariamente revelam suas (nossas?) fragilidades e as incertezas de quem são e de quem podem ser.


Aprisionada pelo vírus, na função exclusivamente materna, olho pela janela gradeada do meu apartamento e não vejo horizonte, só paredes de concreto. A vacinação está lenta, os leitos lotados e a esperança sufocada. Minha fuga tem sido correr, na pele de Lenu, para os pântanos ou mergulhar no mar de Ischia e deixar que o sol quente seque minhas espinhas da adolescência.


Na literatura me perco e é onde mais encontro saídas, porque enquanto leio sou lida pelo livro, por Lila e Lenu, que capta de meus olhos silêncios gritantes.




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