Procedimento estético não é autocuidado, é medo
- Jessica Marzo
- 18 de jun. de 2024
- 1 min de leitura
um rapaz de 27 anos morreu depois de fazer um peeling.
O Brasil é 2 º maior país a realizar procedimento estético.
80% das pessoas de 18 a 25 anos querem realizar procedimento estético.
60% das reclamações do sistema de saúde, vem da área estética
Ouço entrevistas com artistas, atrizes, formadoras de opinião falar abertamente sobre os procedimentos estéticos que realizam: “ um lazerzinho” “um peelingzinho” assim no diminutivo, como se fosse qualquer coisinha. Nas entrevistas as mesmas mulheres que costumam falar sobre liberdade feminina, a luta contra o machismo, a importância do empoderamento feminino, são adeptas a alguma “intervençãozinha” estética. Não renunciam ao privilégio de serem desejadas pela sociedade patriarcal.
Como pode ser aceitável, natural, que uma pessoa saudável se submeta a procedimentos que além de custar muito dinheiro, causa dor, afastamento social para recuperação e até risco de morte.
Eu tenho quase 40 anos e me sinto envelhecendo sozinha. É raríssimo, principalmente entre mulheres, em que a opressão e pressão é maior, estar livre de algum tipo de procedimento estético. O pacote vem embalado de “autocuidado” e “autoestima”.
Não. Não precisa ser estudioso da saúde pra saber que apenas comer bem, fazer exercício físico e se possível terapia é suficiente para cuidar de si.
Todo o resto é medo, e não autocuidado. É medo de não se encaixar num padrão de beleza.
Quando é que vamos de fato aceitar nossas manchas, fios brancos, rugas, nossas marcas de vida e expressão?
Quando é que vamos parar de usar todos esses filtros que mascaram quem somos de verdade?
Pelo amor das deusas e da nossa saúde física e mental, precisamos urgentemente parar com isso.

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