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Pela ampliação da licença paternidade

  • Jessica Marzo
  • 3 de fev. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 3 de abr. de 2023

Passamos 40 dias juntos, nós quatro, em nossa casa. Dividimos trabalho, cuidados e responsabilidades das nossas filhas e do nosso lar. Conversamos, brigamos, planejamos passeios, atividades e tarefas. Organizamos a casa, dividimos expectativas e angustias sobre a nossa nova configuração. Não foi fácil, mas a nossa nova fase começou em paz. Ceci, minha mais velha, de 3 anos estreitou o vinculo com o pai, e a presença dele, 24h por dia, provavelmente evitou que a chegada da irmã fosse traumática.


Além do apoio emocional, que nesse momento é essencial, tive apoio com a rotina doméstica, o que possibilitou minha total entrega a nossa nova bebê que, como todo recém-nascido, precisa de cuidado e atenção o tempo todo.


Acabou a licença paternidade. Depois de 40 dias, começaremos uma nova fase, nos ajustaremos novamente a nova configuração, onde ele passará 10h longe de casa e eu 24h entregue as minhas duas filhas. Quando um pai fica em casa, ele se envolve nas necessidades do bebê e da criança, e cria mecanismo próprios para ninar, acalmar, brincar ou enfrentar algum tipo de dificuldade. É preciso estar junto para conhecer seu filho, para fortalecer a relação, para criar segurança e confiança.


Licença paternidade de cinco dias é uma piada. Como um pai e um bebê se conhecem em apenas cinco dias? Como esse pai, apoia uma mãe e dá condições para que ela se recupere do nascimento, se adapte a amamentação, as noites em claros, em apenas cinco dias? É impossível. Essa mãe precisará recorrer aos vizinhos, babás e parentes próximos. E esse pai se distanciará cada vez mais de seu filho e das demandas de seu lar.


Precisamos exigir uma licença paternidade de verdade, que atenda as reais necessidades de uma família. Precisamos sonhar e lutar pela ampliação da licença paternidade para que, um dia, ela seja como a da mulher. Isso pode possibilitar igualdade no mercado de trabalho e principalmente oferece ao pai a oportunidade de conhecer e conviver com seus filhos enquanto são tão pequeninos e precisam mais do que qualquer outra fase da presença, do amor e da segurança deles.




Ilustração: Nanda Corrêa

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