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A vitória de Lula, a derrota de Haddad

  • Jessica Marzo
  • 1 de nov. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 22 de mar. de 2023

Chove em São Paulo, desde a madrugada da vitória de Lula e derrota de Haddad. Depois de dias ensolarados, azuis e limpos, o céu amanhece cinza, nublado e chuvoso.


“ Tá na hora de Jair, já ir embora”, a pisadinha mais tocada no spotify de domingo, que embalou ruas e calçadas da feia poesia concreta de nossas esquinas, é lavada pela chuva fina e incessante do dia seguinte.


O céu que ontem abrigou bandeira vermelha, mas também verde, amarela, laranja, azul e roxa; hoje cobriu-se de cinza. Todo e amor reprimido, aquele grito contido extravasou por quintais, varandas, janelas, favelas, bares, ruas, vagões de metrô, por homens, mulheres, crianças, LGBTQI+, quilombolas, indígenas, artistas e toda uma população que acredita num país sem armas e em políticas públicas para as minorias.


O trompete, pandeiro, violão, tambor, apito puxaram os festeiros na noite mais importante dos últimos 4 anos. A segunda-feira em São Paulo amanheceu ao som de motos, tratores, ambulâncias, ônibus e carros apressados e descompensados.


Por entre as grades da minha janela, sob a garoa fina, vejo a bandeira de Lula chorando na cooperativa de materiais reciclados e um pouco mais a frente a bandeira do Brasil esticada no portão do Lava Rápido. O Brasil ganhou, mas São Paulo não. O céu cinza, os carros amontoados, a chuva fina é pra lembrar que alegria de paulista progressistas dura pouco.


“Vamos amargar quatro anos de uma gestão que não olhará para as pessoas... Para a diversidade e que sufocará a cultura. (Erica Malunguinho sobre a vitória do Tarcísio em SP)


Ao som de uma serra elétrica e sirenes, volto para o rolo de fotos e o feed do meu Instagram, quero morar na esperança que celebramos na noite quente de lua sorridente do dia 30 de outubro de 2022.






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