top of page

3 bilhões de pessoas numa terra sei lei. O que pode acontecer?

  • Jessica Marzo
  • 7 de fev.
  • 2 min de leitura

Ao ouvir o pronunciamento de Marck Zuckerberg senti o mesmo embrulho no estomago de quando ouvi notícias sobre os ataques às escolas em 2022 e 23.

Vivemos um pesadelo no Brasil, só no 2º semestre de 2022 foram 4 ataques. Dezesseis em 2023. Todos efetuados por jovens do sexo masculino entre 10 e 25 anos.


Em três dos ataques registrados, é sabido que o agressor demonstrou sinais de radicalização, expressando ideias xenofóbicas nas redes sociais (ataque em Barreiras, Bahia, em 2022) e fazendo referências explícitas ao nazismo (Aracruz, Espírito Santo, 2022; Monte Mor, São Paulo, 2023)


O EUA é pioneiro em formar, em larga escala, atiradores contra as escolas. Dados levantados pelo Washington Post indicam 554 vítimas ao todo (185 mortos, 369 feridos, 331 escolas atacadas). 2021 foi o ano com o maior número de eventos, com 34 incidentes.


No ano passado o TTB, organização que atua pelos direitos humanos, divulgou uma pesquisa valiosíssima sobre “Algoritmos, Violência e Juventude no Brasil”

Para realizar o estudo foi criada uma conta no TikTok, e após doze dias “curtindo” vídeos com conteúdo discriminatório e vexatório e seguindo contas que compartilharam tais vídeos, os algoritmos começaram a recomendar vídeos com apelos ainda mais explícitos à violência. O primeiro vídeo mostrou uma sequência de imagens de crianças assassinadas com crueldade. Do 12º dia de análise até o 30º, os algoritmos recomendaram diariamente partes de vídeos reproduzidos por um site que dá acesso a vídeos que torturam suas vítimas antes de matá-las.


Segundo o estudo há evidências suficientes de que as redes sociais têm facilitado processos de radicalização, direcionando usuários da internet para conteúdo extremista. Embora a internet em si não cause a radicalização, ela pode fornecer um ambiente propício para que processos de radicalização ocorram.


“Se antes os jovens estavam circunscritos às formas de violência presentes no contexto social em que estavam inseridos, o que se percebe agora é que eles estão expostos, a qualquer tempo, a violências de todas as ordens.” (pesquisa Algoritmos, Violência e Juventude no Brasil)


Diante deste cenário assustador, deveríamos caminhar no sentido de criar ações e políticas capazes de frear conteúdos violentos na internet. Quando Marck Zuckerberg “joga a toalha”, diz que não vai mais tentar regular o conteúdo das redes sociais, a porteira fica (ainda mais) escancarada para, por exemplo, a formação de atiradores contra escolas. Que proteção a liberdade de expressão é essa?


Mediação de conteúdo não é censura. As redes sociais não podem ser terras sem lei.




Comments


Se quiser falar comigo sobre qualquer coisa me manda um e-mail :)
jemarzo@hotmail.com

bottom of page