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O segundo puerpério

  • Jessica Marzo
  • 16 de fev. de 2019
  • 1 min de leitura

Atualizado: 24 de nov. de 2020

O que eu mais temia chegou, e passou! O segundo puerpério passa bem mais rápido do que o primeiro, não dá tempo. Uma mão está carregando o recém nascido, a outra está fazendo desenho. Enquanto o recém nascido mama do lado direito, a mão esquerda está descascando a mexerica pro outro. Deixa um filho na escola, leva o outro pra tomar vacina. Embala o pequeno no sono, corre para o quarto do maior pra dormir abraçadinho. E nessa tentativa de se virar em duas, três, quatro para não deixar faltar nada para ninguém, lembrar de sua existência. Sim, tem uma mãe ai, produzindo leite pra caramba. Tem uma mãe ai que quer comemorar seu aniversario. Sim tem uma mãe ai, que quer degustar um belo prato de comida quente. Sim tem uma mãe ai, que quer passar creme hidratante no corpo todo. Sim tem uma mãe ai que que ir ao banheiro. E sozinha! Eu não acreditava, quando me falavam, que o segundo filho é bem mais fácil. Impossível, a conta não fecha. E ai descobri que, na verdade, é mais difícil fisicamente, mas não emocionalmente. No primeiro filho tem um luto que derruba, é a despedida de uma vida livre. Rola um sofrimento, saudade da vida que passou. Quando nasce o segundo, a mãe já é mãe, ela já foi parida junto com o primeiro filho. Já está no ritmo. Pronto, põe um no sling, o outro no carrinho e vá em frente, não olha pra trás, vida que segue. Bóra dormir que o dia foi cheio, e a madrugada será rock and roll! Dois já é demais!


Ilustração: Guady Pleskacz


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