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Irmandade na pandemia

  • Jessica Marzo
  • 15 de mai. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 27 de nov. de 2020

Há 60 dias elas estão juntas. Não tem respiro separadas. Almoço, banho, lanche, desenho, massinha, dança, tudo lado a lado. Enquanto uma monta a outra desmonta. Enquanto uma pinta a outra pisa em cima. Enquanto uma joga tabuleiro a outra corre com as peças. As vezes dá ruim: é choro, empurrão, mordidas. As vezes emociona: é gargalhada, carinho e escuta.


Há dois meses elas crescem juntas. Trocam afetos e desafetos. Disputam e compartilham. Bagunçam e arrumam. Ressignificam brincadeiras e experiências. Uma é a concretude para outra de que o universo lúdico é real. Uma legitima para a outra a entrada no mundo da fantasia.


No meio de uma vida vulnerável cheia de incertezas e mudanças elas se adaptaram. Uma é combustível para outra. Uma alimenta a outra. A relação que elas estão construindo juntas possibilita viver de afeto e brincadeira no meio de uma realidade dura e instável.


E mesmo achando difícil demais mediar duas meninas de fases e personalidades tão diferentes, agradeço sempre por tê-las juntas nessa quarentena. Totalmente livres de preocupações, elas se entregam para os desafios e descobertas do cotidiano e conseguem genuinamente viver um dia após o outro.


Ilustração: Lídia Steiner

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jemarzo@hotmail.com

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