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Como nossos pais

  • Jessica Marzo
  • 18 de dez. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 21 de dez. de 2020

Eu amava o Natal. Era o melhor dia do ano. Montava a árvore no capricho, iluminava a casa inteira e escrevia a cartinha. Na véspera escolhia minha melhor roupa para aguardar a chegada do Papai Noel. Atingi uma certa idade e passei a duvidar da existência de um bom velhinho. Cresci mais e achei esquisita a ideia de um pinheiro de plástico e um desperdício de energia as luzes acesas. Cresci um pouco mais e comecei a achar injusto aquele monte de comida e presentes. E na faculdade, no auge do meu pensamento crítico, passei a olhar com desprezo a festa do nascimento de cristo, achava tudo exagerado, consumista, imperialista, classista, hipócrita e de mentira. E um dia, ainda mais crescida, minhas filhas nasceram. Me encontrei com pinheiro de plástico que montei por tantos anos na casa da minha mãe. Minha filha mais velha estava eufórica para montar o maior símbolo natalino. Penduramos as bolas, escrevemos a carta, acendemos as luzes. Acessei memórias. Parece que tem coisa que não muda, e me lembrei do trecho de Belchior “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. Aqui aguarda-se ansiosamente a chegada do bom velhinho.



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