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A arte de contar histórias

  • Jessica Marzo
  • 7 de jun. de 2019
  • 1 min de leitura

Atualizado: 24 de nov. de 2020

Sempre amei ler histórias. Quando fui trabalhar com educação me encantei ao ouvir histórias. Depois que minha primeira filha nasceu, tive que inventar histórias. Uma noite, tentando faze-la dormir, ela me disse: “Mamãe, quero dormir com meu pai, pois ele tem mais histórias dentro do corpo dele”. Ufa, que aliviou, pensei na hora. Me livrei de faze-la dormir. Confesso que fazer dormir nunca foi meu forte, e quando estou nessa função não vejo a hora de terminar.


Deitei e pensei na frase que ela me disse, e aí fiquei frustrada. Como assim, eu que gosto tanto de histórias, não tenho histórias dentro de mim? E me dei conta de que não tenho presença nesse momento de dormir. Quando conto uma história, é porque quero que ela durma logo e não porque quero de fato contar uma história.


Coloquei minha segunda filha pequena embaixo do braço e fui tentar aprender a contar histórias. Em um curso profundo, mergulhei na arte de narrar histórias. Ouvi contos lindíssimos, compreendi técnicas importantes, conheci pessoas e trajetórias incríveis e tive que mergulhar para dentro de mim em cada história que escolhia contar.


Acessei minhas feridas e alegrias. Questionei meus valores, me joguei para dentro de mim sem medo e encontrei as histórias que podia e queria contar. Não sei ainda se aprendi a contar histórias, mas compreendi que é preciso entrega, escuta e sensibilidade para que elas avancem nas profundezas de nossa alma e então transbordem pelo nosso corpo.



ilustração: André Neves

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